sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Dilatação-Torção Gástrica



A síndrome de dilatação-torção do estômago é uma afecção particular que atinge os cães de raças grandes. Caracteriza-se pelo inchaço do abdômen, uma dilatação ou expansão do estômago seguida de uma torção, episódios de vômitos mais ou menos violentos, mas improdutivos. Perturbações circulatórias e respiratórias levam muito rapidamente a um declínio rápido do estado geral.
O cão entra em uma fase de choque e morre se não houver uma intervenção cirúrgica rápida.
Este acidente acomete principalmente os cães adultos de porte gigante (acima de 45 kg). Sua incidência aumenta com a idade e varia de 2 a 10 %.

A profundidade da caixa torácica e a ingestão de refeições volumosas parecem ser os dois fatores que favorecem esta patologia.
Além disso, a dilatação-torção gástrica parece ser facilitada pela ingestão de uma grande quantidade de ar.

Para evitar a ocorrência desta síndrome fatal,  é conveniente adotar medidas indispensáveis para diminuir a velocidade de ingestão do alimento. Algumas regras elementares devem ser respeitadas: “não incentivar o cão a brincar logo após a refeição e fornecer alimentos  digeríveis, de preferência, em duas refeições diárias”.

Medidas práticas de prevenção da síndrome de dilatação-torção do estômago:
=>  Alimentar o cão isoladamente e calmamente
=>  Colocar alguns objetos no recipiente (como bola de tênis) a fim de diminuir a velocidade da ingestão
=>  Distribuir a quantia diária em quantidades pequenas, ou a reidratar a ração para estimular o esvaziamento gástrico.

=>  Escolher um alimento muito digerível
=>  Diminuir o exercício antes e após as refeições
=>  Respeitar um período de descanso após as refeições
=>  Evitar a distribuição das refeições antes de sair com o cão.

Estas são medidas importantes, tais como a observação dos primeiros sintomas e uma intervenção apropriada podem evitar que o animal tenha complicações que venha a óbito.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Bicheira (Miíase)


Afecção bastante comum nas regiões em que apresentam vegetação e criações de animais domésticos como por exemplo: bovinos, equinos, suínos, aves, cujas instalações sejam atrativos para moscas.
A popularmente chamada bicheira é uma lesão ou lesões causadas por larvas de moscas que acometem os animais muitas vezes enfraquecidos, debilitados e com pelagem molhada. Seus locais favoritos para colocar os ovos são a região perinasal, periocular, peribucal, ou as aproximadamente de ferimentos negligenciados.

As moscas varejeiras aproveitam ferimentos já existentes e colocam seus ovos, havendo então uma infecção larval. Estas larvas são altamente destrutivas produzindo lesões com forte odor, muitas vezes formando verdadeiras cavernas sob a pele.
A gravidade deste tipo de lesão está relacionada ao local onde existe o processo e a sua extensão. A Miíase quase sempre é o reflexo da negligência no tratamento do animal apresente lesão. As larvas penetram ativamente na pele íntegra e desenvolvem abscessos císticos, encimados por um poro respiratório e por onde as larvas, depois que completam seus ciclos, saem para empupar, ou seja, transformar-se em pupa 
(o inseto) .
O tratamento, obviamente dependendo do tamanho da lesão, é relativamente fácil. Entretanto muitas pessoas querendo tratar o animal sem saber como, pioram o quadro utilizando produtos cáusticos (ácidos e corrosivos), agravando ainda mais a situação.
Deve-se tentar retirar o máximo de larvas possíveis, com o auxilio de uma pinça e de produtos larvicidas (uma vez que o corpo do animal pode não vir a expelir as larvas, podendo provocar assim uma necrose no local). Dependendo do local e da agressividade do animal, este deve ser sedado para o processo de tratamento.


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Asfixia


É importante lembrar que a asfixia pode ser perigosa a quem estiver socorrendo o animal, por ele estar num quadro de desespero, animais geralmente calmos podem se tornar agressivos.
Tome as seguintes medidas:
*Abra a boca do animal com muito cuidado, para descobrir se há algum corpo estranho e remova se possível for. (às vezes um cabo de colher ajuda a arrancar um osso preso no céu da boca, por exemplo)
*se o cão estiver inconsciente e for de pequeno porte, segure-o pelos quadris e balance-o de cabeça para baixo, pois assim a gravidade auxilia no caso.
*Faça respiração artificial e/ou massagem cardíaca (já publicados aqui também) se perceber que o caso é grave.

Piometra




Antes de esclarecermos tal doença, vejamos como ocorre o ciclo sexual da cadela:


Piometra : é um processo inflamatório do útero, caracterizado pelo acúmulo de
secreção purulenta no lúmem uterino associada a uma infecção bacteriana.
A piometra canina é uma enfermidade da cadela adulta caracterizada pela inflamação do
útero, que ocorre na fase lútea do ciclo estral e que
pode ser disseminada por vários sistemas do organismo. Além de distúrbios hormonais, a  doença também ocorre com freqüência
devido à proliferação de bactérias como a  Escherichia coli no endométrio. Esta
proliferação de bactérias normalmente acomete cadelas com idade avançada, fato
que ocorre através do relaxamento do músculo da cérvix durante o período de estro de sua vida. 
Existem basicamente dois tipos de piometra, a aberta e a fechada. Alguns casos se revelam agudos e graves em 1 a 2 semanas, e requerem atenção imediata e precoce para que se possa  salvar a vida do animal. Se não houver corrimento vaginal purulento, os sintomas da piometra podem não ser muito óbvios (piometra fechada). Este tipo de piometra é mais grave, uma vez que o fluido presente no interior do útero não é drenado espontaneamente. Este fato é devido a principais três motivos:
*o colo do útero está fechado;
*a sensibilização pela progesterona (segundo hormônio, é produzida principalmente no ovário) mantém o útero relaxado, tal como acontece no útero grávido;
*a posição horizontal dos cornos uterinos não facilita a drenagem espontânea.
Em outros casos, especialmente aqueles em que a cérvix está aberta por onde há
drenagem de conteúdo purulento, a doença pode persistir por 1 mês ou mais.
Clinicamente, as Piometras provocam um fenômeno de letargia (é a perda temporária e completa da sensibilidade e do movimento) que é acompanhado por um aumento da sede e da emissão de urina (poliúria e polidpsia). Este quadro pode ser agravado por uma disfunção renal devido à absorção das toxinas formadas. Nos sinais clínicos são também encontrados depressão, anorexia, vômito,
e perda de peso. Raramente ocorre febre, estando presente somente em 20%
dos casos. O corrimento vaginal purulento está presente em 75% das cadelas com
piometrite. 
A desidratação constitui um achado comum. O útero em geral se encontra
palpavelmente dilatado, especialmente se a cérvix estiver
fechada, dificultando a drenagem do conteúdo uterino, se não tratada pode levar à
septicemia  (infecção grave generalizada)  e endotoxemia  (presença de endotoxinas no sangue- toxinas intracelulares).
São comuns as lesões exteriores ao trato genital, normalmente quando a cérvix está fechada.
O Veterinário poderá confirmar o diagnóstico através de exames radiológicos ou ecográficos, também como palpação abdominal, esfregaço vaginal, e análises sanguíneas.
O tratamento mais adequado é a intervenção
cirúrgica, que pode ser realizada de diversas formas, retirando-se o útero comprometido. (veja na imagem ao lado, cadela após cirurgia)













quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

TUBERCULOSE


O que é a tuberculose bovina?

É uma doença considerada zoonose, isto é, que se transmite dos animais para o homem e também do homem aos animais, tem evolução crônica causada pelo Mycobacterium bovis, caracterizada pelo desenvolvimento progressivo de lesões nodulares denominadas tubérculos, que podem ser localizados em qualquer órgão. Ataca os bovinos e bubalinos, podendo também atacar outras espécies animais inclusive o homem.

Como ocorre a transmissão da doença?

A tuberculose em um rebanho é introduzida principalmente na aquisição de animais infectados, podendo se propagar nos bovinos independentemente do sexo, raça ou idade.  A via de infecção em 90% dos casos é a respiratória através da inalação de aerossóis contaminados pelo microorganismo. A via digestiva também pode ocorrer através de leite contaminado de vacas com mastite tuberculosa e também através de urina, fezes e alimentos contaminados.

Existem fatores que facilitam esta contaminação?

Sim.   O manejo dos animais mais agrupados, instalações inadequadas, isto é, sem ventilação, sem a penetração do sol, sem as práticas de higiene, aguadas para os animais em açudes. Por isso é que a tuberculose é mais evidenciada no gado leiteiro que sempre está em contato direto.

Os tratadores e ordenhadores podem se constituir como fonte de infecção?

Sim. Todas as pessoas que convivem com os animais infectados tanto podem adquirir a doença, como tornarem-se focos de infecção tanto para outras pessoas como para outros animais.

E os pequenos animais como cães e gatos que muitas vezes permanecem no curral para ingerir leite?

Da mesma forma. Podem se contaminar pela ingestão de leite contaminado e também tornarem-se foco de infecção para outras espécies animais e o homem.

Quais os sintomas de um bovino com tuberculose?


Os sintomas são mais evidenciados nos casos mais avançados dos animais até porque ela é uma doença crônica. Com o passar do tempo os animais apresentam emagrecimento progressivo, um apetite caprichoso, isto é, escolhendo e reduzindo muito o alimento ingerido, temperatura oscilante, respiração difícil torna-se apáticos e quando manejados o fazem com dificuldade colocando-se sempre no final da fila.



Devemos ter cuidados com a tuberculose humana de origem bovina?

A tuberculose bovina não é somente responsável por graves perdas econômicas,  mas constitui-se  como fonte de infecção para outros animais domésticos e selvagens e reconhecido  perigo para a saúde humana, causando as mesmas formas clínicas  e lesões  patológicas que causa o Mycobacterium tuberculosis causador da tuberculose humana. A principal fonte de contaminação da tuberculose bovina aos seres humanos é através do hábito de consumo de leite cru, sendo os grupos mais atacados as crianças e idosos.

Quais são os prejuízos causados pela tuberculose?

> Perda total atribuída à morte dos animais.
> Queda no ganho de peso.
> Sacrifício dos animais.
> Condenação de carcaça no abate.
> Perda de 10% a 25% na produção de carne, em casos de animais infectados.

O que é recomendado para o controle da tuberculose?

Como a tuberculose é uma doença que não tem tratamento para bovinos, recomendam-se os seguintes controles:

> Levantamento da doença na propriedade através dos testes
de tuberculinização, por Médico Veterinário habilitado .
> Em caso de animais positivos, devem ser isolados e sacrificados.
> Adquirir animais de propriedades certificadas como livres de tuberculose.
> No caso de aquisição de animais em propriedade sem controle, realizar um teste na propriedade de origem e outro logo após a entrada no quarentenário 60 dias após o primeiro teste.
> Os funcionários da propriedade precisam ser submetidos periodicamente a exames médicos.
> Em rebanhos com tuberculose as pessoas que lidam com os animais devem ser encaminhadas para exames médicos.
> O leite para consumo humano deve ser pasteurizado ou fervido. Em caso de vacas com tuberculose não deve ser utilizado nem para bezerros.
> Deve-se ter cuidado com os cães e gatos da propriedade, pois podem ingerir leite contaminado e tornarem-se um foco de infecção, contaminando outros animais e o homem.
> As instalações (estábulo, sala de ordenha, bezerreiros) devem ter boa ventilação, entrada de sol e desinfetadas diariamente (pisos, bebedouros, comedouros) com hipoclorito de sódio 3%, fenol a 5%, formol a 3% e cresol a 5%.
>   Ter  em  mente  que  a tuberculose  deve  ser  tratada através    de   medidas    preventivas,com a tuberculinização  periódica  do  rebanho,  por  ser uma doença que não tem cura.

Medidas futuras a serem tomadas pelo Governo:
*Certificação de Propriedades
*Controle de Trânsito de Animais
*Credenciamento de Veterinários
*Apoio Laboratorial